CENÁRIO INTERNACIONAL
Dados divulgados mostram o aquecimento da economia norte-americana, com o crescimento de 2,9% do PIB do país no quarto trimestre de 2022, alcançando a 2ª alta trimestral seguida após duas quedas trimestrais consecutivas. Além disso, o Relatório de empregos nos EUA surpreendeu o mercado, apontando a criação de mais de 500 mil em jan/23, número bem acima das expectativas, que eram de 186 mil, fazendo a taxa de desemprego cair ao menor nível desde 1969. Essa aceleração trouxe preocupações quanto ao ritmo de recuperação da economia, com alguns títulos americanos de longo prazo apresentando forte elevação nas suas taxas, uma vez que, segundo analistas, diante deste quadro, o FED deverá optar por uma política conservadora na taxa de juros, que deve permanecer em níveis elevados. Na Bolsa de Chicago, antes destes resultados, o percentual de investidores que acreditam no corte na taxa de juros era de 40% e, após sua divulgação, esse percentual caiu para 10%. Vamos aguardar.
CENÁRIO NACIONAL
Continua o impasse entre a presidência da República e o presidente do Banco Central quanto à política de juros adotada. As falas da presidência têm incomodado a equipe econômica do BC e, principalmente, o seu presidente, que tem mandato até 2024. Não se descarta a possibilidade uma renúncia ao cargo, o que, segundo analistas, seria “um tiro no pé”, uma vez que o presidente do BC tem toda confiança do mercado e, por conseguinte, colocaria em cheque a autonomia do banco.
A ata do COPOM – Comitê de Política Monetária mencionando uma expectativa de elevação da inflação futura, em função de política fiscal expansionista, resolveu manter a taxa Selic em 13,75% ao ano, não descartando novos aumentos, caso a inflação continue acima da meta fixada. O IPCA de dezembro ficou 0,62% acima do registrado em novembro, acarretando numa inflação, em 2022, 5,79%, acima da meta fixada, que era de 3,5%, embora abaixo dos 10,06% registrados em 2021.
BOLETIM FOCUS: Seguindo a tendência de alta pela 8ª semana seguida, analistas do mercado elevaram suas projeções para a inflação de 2023 e 2024 e recuaram as expectativas para o PIB deste ano, mantendo para o próximo ano. As previsões para a taxa de juros foram mantidas para 2023 e elevadas para 2024. Foram mantidas também as projeções para o dólar em 2023 e 2024, assim como, para a taxa de juros deste ano. Para 2024, as estimativas para a Selic avançaram.
COMBUSTÍVEIS: O anúncio, realizado pelo novo presidente da Petrobrás, de redução de 8,89% no preço do diesel diante do recuo das cotações do petróleo na última semana, com o intuito de equiparar os valores domésticos e internacionais, mesmo com a tendência de alta no mercado global, trouxe preocupações aos analistas quanto à sua intensidade e sobre a nova gestão da empresa, uma vez que consideram a decisão “precipitada” e que pode indicar algum possível nível de intervenção por parte do novo governo, já que a Petrobrás sempre enfatiza que “não leva em consideração movimentos de curto prazo”. A conferir.
AGRONEGÓCIO
As chuvas no centro-oeste e seca no sul do país continuam prejudicando o rendimento e, por consequência, a colheita da nova safra que está se iniciando. Enquanto no Centro-Oeste a expectativa é de que chova 260 mm distribuídos em um mês, no sul do país as previsões são de 116 mm em 3 dias, e, para Barreiras – BA, as precipitações esperadas para o mês são de 144 mm, de maneira espaçada, o que mostra uma irregularidade climática em todo o país.
De acordo com o CEPEA, o Índice de Preços ao Produtor de Grupos de Produtos Agropecuários (IPPA) acumulou, em 2022, uma alta nominal de 10,1%, acompanhando, segundo os especialistas, o cenário internacional onde, os preços dos alimentos subiram 14,3% entre 2021 e 2022, embora,
o recuo da taxa de câmbio nominal, de 4,3%, tenha reduzido, em parte, o repasse deste aumento para o mercado doméstico.
MILHO: As negociações do cereal seguem de maneira inibida, devido à valorização do Real nesta semana, com atenções voltadas à expectativa da divulgação de Relatório do USDA com dados sobre as exportações dos EUA e o clima da América do Sul. Cada vez mais, nota-se a intensificação da relação entre a cotação do dólar e o volume das negociações na comercialização do milho. Desta maneira, observa-se que o número de negócios aumenta na medida em que o dólar sobe e vice-versa. É preciso que o produtor fique atento a este movimento no momento de fazer suas fixações.
SOJA: O mercado de soja também segue em compasso de espera, com traders reduzindo suas operações, cotações andando de lado e poucos negócios, na expectativa da divulgação, nesta semana, do novo relatório do USDA, que pode mostrar uma quebra maior de safra na Argentina e no Brasil, além da situação dos estoques mundiais e, ao que parece, aguardando o avanço das compras da China que continuam abaixo do esperado, mesmo com o final das festas de Ano Novo.
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