CENÁRIO INTERNACIONAL
As atenções dos mercados continuam voltadas para o abrandamento das políticas de controle da Covid, na China, embora a população local ainda não se sinta confortável para voltar a vida normal e tem optado por permanecer em casa, acarretando preocupações com as possíveis alterações com os dados sobre o consumo. Com este arrefecimento das medidas sanitárias, cresceram as expectativas de aquecimento da economia e retomada da demanda no país, fazendo o preço do petróleo tipo Brent subir de US$ 75,40/barril para US$ 81,00/barril, nos últimos dias.
Especialistas também tem se mantido atentos ao comportamento do dólar e das commodities exportada pela Ucrânia, depois da Rússia voltar a bombardear a região de Odessa.
CENÁRIO NACIONAL
O mercado financeiro adotou uma postura de cautela frente à nomeação do presidente do BNDES, com a perspectiva de expansão dos gastos públicos e como reflexo da declaração do presidente eleito de que, em seu governo, não haverá privatizações. O Ibovespa fechou em queda de 2,02%, menor patamar de fechamento desde agosto e o dólar encerrou o dia em alta de 1,26%, cotado a R$ 5,31, na maior valorização diária do mês. As atenções e preocupações seguem voltadas para as próximas nomeações, principalmente para a equipe econômica, a tramitação da PEC da Transição e a aprovação do orçamento de 2023. A conferir.
BOLETIM FOCUS: As estimativas do mercado financeiro, nesta semana, apontam queda da inflação, com a expectativa para o IPCA de 2022 passando de 5,92% para 5,79% e de 2023, mantida em 5,08%. A projeção de alta do PIB de 2022 também foi mantida em 3,05% para este ano e em 0,75% para 2023. As estimativas para o dólar foram mantidas em R$ 5,25/US$ em 2022 e em R$ 5,25/US$ para 2023. As projeções para a taxa Selic estão mantidas em 11,75% para 2023.
AGRONEGÓCIO
O Alerta Laranja, emitido pelo Inmet, de previsão de chuvas intensas, nesta semana, na região Sudeste do Brasil, com o avanço de uma frente fria associada ao calor e alta umidade favorecendo a formação de nuvens carregadas, com ventos intensos e descargas elétricas, preocupa os agricultores, uma vez que, se confirmada, pode atingir áreas de produção de café arábica, citros, cana-de-açúcar e grãos. No Rio Grande do Sul, confirmando as previsões, a chuva deve ser rápida e o tempo volta a ficar seco, com alerta para baixa umidade do ar. Foi emitido, também, alerta amarelo para chuvas intensas no Centro-Oeste e Norte.
Segundo a NOOA, dezembro deverá trazer boas chuvas em grande parte do Brasil, embora com atenção para o extremo Sul do país que não deve receber nenhuma chuva nos próximos sete dias.
CONAB: Em seu 3o Levantamento para a safra brasileira de grãos 22/23, é mantida a tendência de crescimento dos últimos anos e a expectativa de recorde, com previsão de que a produção seja 15% superior a 21/22, alcançando 312,2 milhões de t para uma área de plantio estimada em 77 milhões da ha, 3,3% a mais que na safra anterior.
USDA: Dados do novo relatório mostram os números dos embarques semanais de soja, milho e trigo dentro das expectativas do mercado, alcançando 1.839,76 milhões de t e somando, em toda a temporada, 23.373,68 milhões de t, volume 8% inferior ao embarcado no ano passado.
USDA MILHO: O relatório aponta que a estimativa para a produção mundial do cereal, na safra 22/23, permaneceu estável enquanto o consumo mundial, previsto em 1,17 bi de t, cresceu 0,7% em novembro, confirmando as projeções em relação à demanda nos EUA e Canadá enquanto os estoques globais recuaram 0,4 milhão de t.
USDA SOJA: Segundo o levantamento, a produção mundial de soja recuou 0,5 milhão de t devido à produção menor na Argentina. As projeções para o consumo global permaneceram as mesmas e os estoques finais avançaram 1,7 milhão de t, em razão dos estoques maiores que o esperado nos EUA, China e EU. As previsões para exportações globais da oleaginosa em 22/23 registraram aumento de 0,3 milhão de t, devendo alcançar 169,1 milhão de t.
MILHO 1: Dados do 3o Levantamento da CONAB preveem, para a safra 22/23, uma produção total 11,2% acima da safra anterior, alcançando 125,8 milhões de t do cereal, como resultado do aumento da área de milho segunda safra aliada a uma recuperação de produtividade. O mesmo relatório projeta ainda um aumento de 3,5% na área plantada e de 7,5% na produtividade. As preocupações que se apresentam são referentes aos fatores climáticos, como o La Niña, que podem atrasar o plantio da soja e, por consequência, a segunda safra de milho.
MILHO 2: A semana iniciou com os preços futuros do milho, na B3, em alta, em razão do avanço da
cotação do dólar e dos valores de embarque, enquanto as exportações do cereal seguem aquecidas. Segundo a Secex, o Brasil embarcou 1.515.526,9 t de milho não moído, nas duas primeiras semanas de dezembro, representando 44,4% do volume total exportado em dez/21. Neste período, foram importadas 78.793,4 t de milho, 17,6% do total registrado em dez/21, representando, na média diária de importação, uma redução de 42%.
SOJA: Os mercados futuros de soja permaneceram praticamente estáveis, nesta semana, tanto na Bolsa de Chicago quanto na B3. A expectativa do mercado é de que, com o relaxamento das restrições na China e com a possível quebra de safra na Argentina devido aos efeitos climáticos, as cotações voltem a subir. Para o mercado nacional, é importante que o produtor faça suas contas, levando em conta a valorização da soja e a cotação do dólar, e aproveite as distorções do mercado para fixar suas vendas.
INSUMOS: Especialistas do setor afirmam que, após um recuo em 2020/21, o mercado de defensivos tem avançado na América do Sul, com o Brasil protagonizando a retomada de crescimento do setor e devendo faturar cerca de US$ 19,1 milhões na temporada 21/22, num aumento de 16,9%. Segundo eles, houve uma melhora nas condições climáticas das principais regiões produtoras, com as áreas expandidas de soja e o aumento antecipado das exportações ampliando a demanda por proteção de cultivos e impulsionando os preços dos produtos.
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