CENÁRIO INTERNACIONAL
Em entrevista, o presidente do FED não descartou a possibilidade de um aumento da taxa de juros entre 4,75% e 5,25% na próxima reunião da entidade programada para os dias 13 e 14 de dezembro. Na CME, a maioria dos analistas do mercado acredita num aumento de 50 pontos.
CENÁRIO NACIONAL
Com as novas propostas da PEC da Transição encaminhadas ao Senado nesta semana, especialistas acreditam que dificilmente ela seja aprovada antes do recesso parlamentar que ocorre em meados de dezembro. Ou seja, temos que aguardar os novos capítulos deste processo.
Investidores estrangeiros reagiram negativamente aos movimentos do novo governo em relação ao aumento de gastos e à nova âncora fiscal, que podem aumentar a dívida pública, dos 77% do PIB atuais, para 90% em 4 anos e retiraram, nesta semana, cerca de R$ 1,2 bi da bolsa brasileira.
A pesquisa do Boletim Focus desta semana também reflete o impacto, no mercado, das discussões e das difíceis negociações da PEC, com investidores apreensivos pela estimativa de gastos acima do teto pela nova administração, da ordem de R$ 198 milhões, em razão da manutenção do Auxílio Brasil em R$ 600 e do aumento do salário-mínimo acima da inflação a partir de 2023. O Ibovespa, terminou a semana com queda acumulada de 3,01%.
BOLETIM FOCUS: O mercado financeiro elevou novamente sua projeção tanto de inflação como para o PIB para 2022, com a expectativa para o IPCA deste ano passando de 5,82% para 5,88% e a de 2023, subindo de 4,94% para 5,01%. As projeções do PIB de 2022 foram novamente elevadas, de 2,77% para 2,80% e mantidas em 0,70% para 2023. As estimativas para Selic para 2022 foram mantidas em 13,75% pela 22a semana seguida e elevadas de 11,25%, para 11,50%, para 2023.
COMMODITIES: Após a sequência de quedas registrada nas últimas 4 sessões, os contratos futuros de petróleo mostraram recuperação frente a rumores de que países produtores teriam interesse em aumentar sua produção, o que foi negado por autoridades sauditas.
AGRONEGÓCIO
No Paraná, foi retirado de pauta, na reunião da CCJ e da Comissão de Finanças e Tributação, por tempo indeterminado, o projeto que vinha sendo foco de preocupações por parte de entidades que representam o agronegócio e que trata da criação do Fundo de Desenvolvimento da Infraestrutura Logística do Estado, cujos recursos viriam de taxações sobre produtos agropecuários como soja, milho, trigo, boi, suínos, frangos, açúcar, mandioca, toras e cana-de-açúcar.
MILHO: Nos EUA, com a colheita em fase final e uma vez conhecido o volume da produção, as atenções do mercado se voltam para o comportamento da demanda pelo grão no país, pela preocupação com a China em razão da retomada da pandemia, pela questão dos biocombustíveis, que absorvem cerca de 1/3 da produção do país e pela interferência dos feriados de Ação de Graças e a semana mais curta, nas negociações.
MILHO 2: Na B3, os futuros do milho sobem, refletindo a demanda pelo cereal brasileiro, com um mercado bastante comprador e com bons negócios. No acumulado do ano até este momento, foi registrado um recorde histórico de embarques de milho brasileiro, elevando o vencimento de janeiro/23 a R$ 89,50/sc e o de março/23 a R$ 92,17/sc, enquanto a cotação do dólar alcançou R$ 5,35, dando suporte às cotações futuras do grão.
SOJA: Na semana mais curta, em razão do Dia de Ação de Graças, o mercado futuro norte-americano e traders tendem a ser mais cautelosos em suas negociações, com as atenções voltadas para outras commodities. Os preços da oleaginosa apresentaram um aquecimento em razão dos bons números dos embarques informados pelo USDA, que alcançaram 2,3 milhões de t, volume maior que o da semana passada, embora dentro das expectativas.
SOJA 2: No mercado brasileiro, a alta do câmbio e as manifestações dos caminhoneiros, com o fechamento da entrada do porto de Paranaguá e o congestionamento causado, embora não tenham sido registrados prejuízos financeiros e o volume embarcado tenha sido o esperado, prejudicaram o ritmo dos negócios e causaram apreensão aos vendedores, fazendo a semana começar bastante lenta. Especialistas afirmam que é necessário acompanhar o avanço da comercialização, já que a possibilidade de posicionamento do produtor brasileiro quanto a “segurar” o produto em razão da expectativa de alta no câmbio ou de algum tipo de protesto pode impactar diretamente nos negócios, inclusive com os EUA podendo assumir o lugar do Brasil nas vendas.
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